A sociedade vem passando por diversas mudanças, que se refletem, inclusive, no modo no qual os casamentos vêm sendo celebrados. As tradições deram lugar para novas alternativas, nas quais o casal encontra diversas possibilidades, que vão desde realizar uma cerimônia apenas no civil, aos elopment weddings, nos quais participam apenas os noivos e o celebrante. Diante de tantas opções, conversamos com alguns experts, que deram dicas para ajudar aos noivos que ainda possuem dúvidas sobre casar ou não casar na igreja?
Novos tempos novas regras
Se pensarmos na época de nossos bisavós, era praticamente impossível vislumbrarmos um casamento realizado fora de uma igreja, templo ou sinagoga. As pessoas possuíam valores e tradições que eram seguidos à risca, sem a possibilidade de sequer sonhar em realizar algo fora do padrão.
Mauricio Macri, um dos celebrantes mais disputados pelas noivas paulistanas, comenta que algumas transformações se deram por questões culturais, pois “o Brasil era um país de praticamente uma única religião e na grande maioria, as famílias eram constituídas dentro deste núcleo (seja de uma religião mais expressiva ou outras menores, mas sempre dentro da mesma crença religiosa). Era menos comum um casal de religiões diferentes se aproximar. Hoje em dia vivemos em um mundo onde a diversidade é praticamente uma palavra de ordem. Não só a diversidade das pessoas, de suas crenças e de seus valores, mas também na forma como as famílias são constituídas.”
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Seguindo as tradições
Mesmo em tempos de mudança, vários casais resolvem manter a tradição de uma celebração religiosa. No caso da igreja católica, os noivos devem se preparar e buscar marcar a data com bastante antecedência, principalmente se decidirem realizar a cerimônia durante épocas disputadas, como o mês de maio. Outro detalhe importante, é que em alguns lugares não é permitido ao padre celebrar a união fora da igreja, restringindo as opções de casais que sonham com um casamento ao ar livre, por exemplo. Para este tipo de situação, existe a alternativa da contratação de um celebrante ou juiz de paz, mas esta é uma decisão que deve ser muito bem avaliada dependendo do envolvimento dos noivos com sua religião.
Autor do livro Além do Microfone – Improvisos de um Mestre de Cerimônias e intitulado pelo apresentador de TV Faustão como o “Craque das Cerimônias”, Sidney Botelho diz que, “quando há uma necessidade do casal, principalmente por viver em uma cultura religiosa onde já são membros de uma igreja, fica muito complexo contratar um celebrante, em decorrência da importância que este líder religioso tem sobre a vida dos noivos. Neste ponto defendo a permanência do pastor, padre, rabino ou de qualquer outro líder religioso para realizar o casamento.”
Alternativas personalizadas
O casamento nada mais é do que a celebração do amor entre duas pessoas, a vontade de ficar junto, criar uma nova vida e um novo caminho. Por isso, muitos casais buscam por alternativas que abram portas para a personalização, utilizando os serviços de celebrantes ou de um juiz de paz.
Patrícia Melo atua como celebrante há mais de 5 anos à frente da empresa Filtro dos Sonhos Celebra, e diz que em suas cerimônias fala sobre o amor a família que os noivos estão formando, convidando familiares e padrinhos para participar durante este momento, o que torna a cerimônia ainda mais especial e inesquecível. “Deus pode ser citado porém não é o único ponto a ser falado, e em caso de religiões divergentes, fazemos uma cerimônia onde todos saem felizes, pois onde existe amor existe espiritualidade independente de religiões. Mas acredito que o principal intuito dessas cerimônias é realmente ressaltar o amor, trazer lembranças de como tudo começou e da trajetória até chegarem ali e, poder concluir no final, que foi tudo como eles sempre sonharam e com a carinha deles.”
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O que vale é o amor
Um ponto importante em relação ao celebrante, é que a maioria destes profissionais detêm uma visão de neutralidade, e possuem preparo para celebrar a união independente da opção sexual, religião, nacionalidade e até mesmo no caso de pessoas que já passaram pelo divórcio. Alguns destes casais costumam encontrar barreiras em relação a certas doutrinas religiosas, por isso, acabam buscando por estes profissionais para realizar sua celebração.
“Nem precisamos lembrar que hoje, existem também os mais diversos tipos de casais de diversos gêneros. E que muitas vezes, não são acolhidos pela maioria das religiões. Não cabe aqui nenhum julgamento se as religiões devem ou não acolher estes casais, pois cada religião é livre para decidir. Mesmo entre os profissionais de celebração, o casal encontrará aqueles que não atuam com casamentos de diversos gêneros. Porém certamente – e felizmente – esses casais encontrarão celebrantes que os atenderão com todo amor e carinho.” Diz Mauricio Macri.
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Em relação aos casais com religiões diferentes, Sidney Botelho pontua que, “o celebrante tem que ser muito polido e conhecedor dos valores focados à sociedade. No meu caso presto muita atenção a isso e também na doutrina que eles usam na questão religiosa. Então o celebrante deve conhecer muito sobre a cultura de todas as religiões, para não ofender e não gerar constrangimentos.” Nestes casos, Sidney busca falar sobre valores, princípios e também cita o lado humano das pessoas, pois todas as religiões refletem estas 3 características.
Acerte em sua escolha
Pedimos aos nossos entrevistados, que falassem um pouco sobre o trabalho do celebrante, suas vantagens e quais os pontos que poderiam, de certa forma, não atender aos anseios dos noivos. Confira:
Detentor de um estilo próprio e sofisticado, o celebrante Paulo Ramos, diz que, em relação a contratação de um profissional, “a maior vantagem é a econômica, pois não há necessidade de gastos com a decoração da igreja, traslados até o local da festa, afinal tudo pode ser concentrado em um único local, ou seja, a cerimônia pode ser realizada no mesmo espaço da festa, proporcionando conforto e tranquilidade para noivos e convidados.”
Paulo ainda comenta que, casais que escolhem um celebrante, são aqueles que buscam por algo diferente, pois “querem compartilhar com os convidados aquilo que eles acreditam ser importante num casamento e isso só é possível através de uma cerimônia personalizada, com o perfil e o estilo dos noivos.”
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Porém, apesar da liberdade de poder inserir alguns elementos e frases religiosas durante a celebração, nenhum mestre de cerimônias ou celebrante, a não ser que tenha responsabilidade religiosa, pode oferecer a benção. “Muitos hoje no mercado entram com bíblias e pegam nas alianças para abençoá-las, e isso nós não podemos fazer, porque não somos líderes religiosos, e devemos atentar a neutralidade da profissão.” Esclarece Sidney Botelho.
Para finalizar, Mauricio Macri alerta que, “se a celebração for ruim, não importa que todo o restante seja perfeito… Seja um celebrante mais formal, mais moderno, seja um religioso, seja um padre, um pastor… a melhor escolha sempre será a que se torne realmente a “voz” do casal. Ter o estilo, forma de atuação, personalidade, “jeito”… que realmente se alinhe com o estilo do casal. Em um mundo de tanta diversidade, felizmente também temos muitas possibilidades na “prateleira” para atender exatamente o que cada casal procura e espera para realizar este grande sonho!”
Os casal ainda pode optar por realizar apenas o casamento civil, diminuindo consideravelmente os gastos relacionados à cerimônia, sem perder a chance de aproveitar para curtir a data com amigos e familiares. Aproveite e descubra Como personalizar o seu casamento civil: cada detalhe com o seu estilo!
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