Uma fórmula clichê e ultrapassada sem espaço para o inesperado, o diferente e o autêntico. Era assim que muita gente enxergava — e possivelmente ainda enxerga — as cerimônias de casamento, que eram muitas vezes encaradas como a parte protocolar e chata que vinha antes da grande festa. Isso mudou. Cada vez mais os casais estão em busca de significado e de um casamento totalmente personalizado que espelhe em cada detalhe a história de amor deles. E a celebração da união do casal é parte central deste novo paradigma.
Os noivos contemporâneos estão em busca de emoção e de compartilhar com pessoas queridas os principais capítulos da jornada do romance deles até o altar. É aí que entram os novos celebrantes de casamento, profissionais de diversas áreas que amam contar histórias e colocam muito de sua identidade em jogo para transformar o momento da troca de alianças no ápice do grande dia.

Esse é o caso de Babi Nascimento, celebrante manauara que é especializada na criação de cerimônias exclusivas costuradas com as histórias e a essência de cada casal. Oferecendo um trabalho afetivo, artesanal e cheio de criatividade e emoção, ela se tornou uma especialista em produzir momentos inesquecíveis tanto para os noivos quanto para as pessoas que foram testemunhar o amor deles. Saiba mais e apaixone-se com o trabalho dela a seguir!
Singular como o amor de cada casal
Autenticidade. Essa é a palavra que melhor define o trabalho da celebrante Babi Nascimento, nascida e criada em Manaus, mas que há uma década se lançou em São Paulo em busca de se estabelecer na carreira. Jornalista de formação, ela se encontrou mesmo no ofício de contar histórias de amor e celebrar lindas trocas de alianças.
“Digo que sou celebrante do amor. Escrevo discursos para casais amados, livres e autênticos. Eu me considero uma ‘artivista’ do amor. Meu sotaque foi cultivado cuidadosamente sob raios solares intensos, temperatura média de 35 graus, alta umidade e chuvas intensas de Manaus. Eu falo ‘tu’ e ‘telesé?’, mas os nove anos de São Paulo incluíram nas minhas construções de fala o ‘você’, o ‘mano do céu’ e o ‘daora’”, conta Babi.

A origem de sua carreira como celebrante se deu com o próprio casamento. “Eu e meu companheiro (o Lê) decidimos fazer uma festa cheia de amor para comemorar nossa união. Ele já havia se casado na Igreja. Então, essa era uma possibilidade descartada. Nós nos casamos em Manaus, em 2013. À época, não havia celebrantes sociais por lá. Na verdade, eu nem fazia ideia dessa profissão. A dúvida ‘quem vai celebrar nosso casamento’ nos deixou bem aflitos. Não queríamos uma cerimônia baseada apenas em discursos religiosos”, conta ela.
O casal preferia ter a troca de alianças comandada por alguém que realmente se importasse com a história deles e decidiu chamar dois amigos muito próximos para a missão. “A cerimônia foi inesquecível. Um casamento sem um líder religioso (e com uma mulher) foi algo novo para a maioria das pessoas que estava ali. Foi a melhor cerimônia de casamento que poderíamos ter! Tão incrível que tive vontade de proporcionar a outras pessoas exatamente o que senti naquele dia: emoção, segurança, confiança, amor, afeto, alegria e a vontade de sorrir que não cabia em mim”, lembra.
Babi começou a acalentar a ideia de se tornar celebrante e, dois anos depois, pediu demissão do seu trabalho para se dedicar ao novo ofício. Em 2016, ela celebrou o primeiro casamento.


“A partir desse dia, acredito que descobri muito mais sobre mim mesma do que sobre os casais que atravessam minha história. Hoje, faço parte de momentos únicos na vida de casais que celebram o amor que vivem. Celebro pessoas, vivências, laços de amizade e ancestralidades. Com palavras, dissemino afeto, respeito, ternura e inspiração. Gosto de contar histórias de amor de gente que ama gente, de meninos que amam meninos, de moças que amam moças, de rapazes que amam mulheres, de pessoas que deixam o mundo mais colorido e bonito. Cada indivíduo é único, dotado de características, memórias, capacidades, alegrias e dores”, destaca a celebrante.

Produzindo momentos memoráveis
O principal objetivo do trabalho de Babi Nascimento é proporcionar cerimônias leves, inspiradoras, afetivas e inesquecíveis. “Eu sou o fio condutor dessa experiência emocionante e, por meio das palavras, busco elevar a experiência dos casais e das comunidades deles, compostas por familiares e amigos. Gosto de trabalhar a partir da essência do casal, passeando por alguns momentos importantes da história e dos sonhos que eles compartilham”.
Para conseguir isso, segundo Babi, o primeiro passo é entrevistar o casal, individualmente, para conhecer mais a fundo a identidade deles. O legal é que esse material será mostrado para os noivos no “dia D”. “Levo as entrevistas impressas no dia do casamento para que eles leiam as respostas do outro em um momento especial (lua de mel ou jantar, por exemplo) e fiquem ainda mais apaixonados”, conta a celebrante. Se for da vontade dos noivos, ela também pode entrevistar também os pais e padrinhos para descobrir ainda mais detalhes sobre a história dos noivos.

Todas essas entrevistas são a matéria-prima que Babi Nascimento utiliza para criar o texto super personalizado. Ela também orienta os noivos para a criação dos votos, para que eles consigam exprimir em palavras tudo o que sentem um pelo outro. “Cada casal carrega consigo a soma dessas potencialidades e possibilidades. Cada casal costura seu afeto de uma maneira diferente. Por isso, a história dos casais que chegam até mim não é só mais uma. Ela é única e merece ser ouvida e contada com respeito e afeto. Eu acredito que amor é vida real”, pontua Babi.



Detalhes que encantam
Um diferencial do trabalho da Babi Nascimento é que ela entrega muito além de uma cerimônia emocionante, personalizada e especial; ela pensou em diversos detalhes que tornam a experiência do casal ainda mais afetiva e significativa.
“Acredito que minha origem amazônida é parte essencial de quem sou. Esse jeito caloroso de ser vem de lá. Minha consciência ambiental também. Meu respeito à natureza, aos povos originários, aos sotaques e à diversidade tem a ver com minha origem nortista. Sinto muito orgulho. Por isso, quis entregar aos casais uma parte de mim quando pensei nos materiais usados nas cerimônias e também na cápsula afetiva. Eu quero que tudo seja original, feito à mão e especial”, diz a celebrante. Veja a seguir os itens que ela criou com todo o carinho para os noivos.
- Discurso datilografado pela celebrante em papel artesanal produzido por uma associação de artesãos da cidade de Novo Airão (AM). “Essas artesãs fazem parte da Associação Nov’arte, que funciona na Fundação Almerinda Malaquias** ”.

- Lenços de linho com escritos “amor é vida real” e “eu + você = amor”: “Os bordados no tecido são feitos por minha mãe, que é costureira e mora em Manaus. O tecido utilizado nos lenços e nas ecobags são sobras de uma confecção de uniformes”.

- Cápsula afetiva: “Ela é feita por artesãos amazônidas da cidade de Novo Airão e guarda discurso, lenços, entrevistas, carta escrita por mim e eventuais mensagens de familiares”.

- Sementes/cascas da Amazônia, “para que os casais tenham ainda mais contato com a Amazônia, deixo uma semente ou casca perfumada dentro da ‘cápsula afetiva’”.
- Ecobag: “A bolsa também é feita pela minha mãe para armazenar a ‘cápsula afetiva’”.
- Caixa de marchetaria de reaproveitamento de madeira: “É um trabalho que une a preservação da natureza com reuso de madeira que seria descartada como lixo e ainda capacitação de ribeirinhos locais que se tornam artesãos de grande talento”.


Vocês se identificaram com o trabalho e as características singulares da celebrante Babi Nascimento? Então não deixem de entrar em contato com ela e marcar a primeira — de muitas! — conversas com ela.
** “A Fundação Almerinda Malaquias (FAM) foi criada em 1997 por Miguel Rocha da Silva e Jean-Daniel Vallotton, que idealizaram a implantação de um centro de educação e formação profissional para a população do município de Novo Airão onde, através do reaproveitamento de madeiras descartadas da construção naval, fosse ensinado o ofício da marcenaria. O artesanato em marchetaria faz o reuso de sobras de madeiras amazônicas nobres, que seriam descartadas pela indústria, gerando renda a 40 famílias do Rio Negro”, destaca Babi.
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