Por gerações e gerações, ouvimos a famosa frase “e foram felizes para sempre” como o desfecho perfeito dos contos de fadas. Mas entre o casamento com o tão sonhado príncipe encantado e a vida real, há uma diferença crucial: enquanto nas estórias, o casamento geralmente marca um final feliz, na nossa realidade o casamento é melhor representado por um começo de uma nova etapa da vida, cheia de mudanças, novos aprendizados e desafios – o que nem sempre é tão simples para todo mundo.
É aí que mora o x da questão: será que alimentar expectativas de uma vida a dois perfeita gerou uma sensação de frustração ao percebermos que, definitivamente, a vida com a pessoa amada não é um conto de fadas?
O fato é que a felicidade pós-casamento tem sido algo cada mais difícil de ser atingido, como afirma o professor e especialista em relacionamentos Eli Finkel, da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.
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Expectativa x realidade
A explicação para isso está no seu livro recém-lançado “The All-or-Nothing Marriage: How the Best Marriages Work” (em português “O casamento tudo ou nada: como os melhores casamentos funcionam”), ainda sem tradução. Em seu estudo, Finkel diz que a resposta está nos motivos e expectativas que levam as pessoas a se casarem, e em como isso tem mudado com o tempo.
Para ele, enquanto na época dos nossos avós, os relacionamentos estavam mais ligados a fatores econômicos e de sobrevivência básica, hoje na hora de casar as pessoas levam em conta fatores emocionais e psicológicos. Assim, o casamento por necessidade tem acontecido com bem menos frequência, e o foco está muito mais forte em construir um relacionamento que nos satisfaça emocionalmente, e que nos permita a autodescoberta e o crescimento pessoal.
Assim, fica mais fácil compreender por que a satisfação no matrimônio tem sido mais difícil de se conquistar: ela está relacionada a expectativas elevadas e ligadas a questões mais profundas. De acordo com Finkel, esperamos que o nosso parceiro desempenhe múltiplos papéis: o de confidente, companheiro sexual, melhor amigo, incentivador…
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Mas… vale a pena casar?
É claro que sim! A boa notícia é que, dificuldades à parte, este é o momento perfeito para se atingir a plenitude máxima na vida a dois. Finkel sugere que, se por um lado, mesmo uum casamento mediano está sendo cada vez menos tolerado por ser associado a um grau elevado de frustração, quando os casados conseguem manter um bom casamento, as recompensas de hoje podem ser ainda maiores do que eram décadas atrás.
Em um artigo de 2014 no The New York Times, o estudioso definiu o novo padrão pela primeira vez como o “casamento do tudo ou nada” – ou seja, para dar certo, esses compromissos têm demandado um investimento maior de tempo e energia. Para ele, os casamentos podem florescer hoje como nunca antes, e quando a coisa funciona, a felicidade tem potencial para alcançar um nível raramente visto em décadas passadas.
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Resumindo: embora possa parecer assustador no início, casar pode ser, sim, uma delícia – e para dar certo só depende de vocês!
Tenha em mente que o casamento é como um organismo vivo, que se alimenta da dedicação mútua do casal para dar certo. Só assim, os dias ficam mais leves, as dificuldades parecem mais fáceis de superar, e a felicidade chega para fazer morada no lar dos dois.
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